A senhora Edclécia Iracema, 33 anos, agredida no último fim de semana por ter pedido para que o dono de um paredão diminuísse o volume do som na praia de São Bento, foi ouvida pelo delegado Antônio Nunes nesta terça-feira (15), por volta das 10h da manhã, na delegacia de Maragogi. Apesar do caso ter acontecido no sábado (12), o agente de plantão no dia pediu que ela retornasse à delegacia na terça-feira.
No Boletim de Ocorrência (B.O.), consta que quem desferiu um soco na face de Edclécia foi um homem identificado por Renan Calaça, não Ruan Calaça, como muitos moradores revoltados estavam pensando. Renan é primo de Ruan; eles estavam juntos ao som do paredão quando o caso aconteceu.
A Promotora de Justiça de Maragogi, Drª Francisca Paula de Jesus, informou que agora está aguardando o Delegado enviar para o Ministério Público o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal, para oferecer ao agressor uma transação penal que gerará uma indenização à vítima. “Se o agressor tiver outros processos, ele não poderá se beneficiar da Transação Penal, então ele responde o processo comumente e tudo indica que será condenado”, revelou a Promotora.
O caso, repercutido em todo o município e na região norte, demonstra que a sociedade não admite agressão contra as mulheres, principalmente às mais vulneráveis, como é o caso de Edclécia Iracema, que reside em uma moradia simples de vão único com duas crianças.
Quando o caso chegar à fase final e vierem as consequências, a sociedade ficará antenada a mais uma demonstração de que onde ninguém está sozinho neste País e de que ninguém está acima da Lei, independentemente da situação financeira.
A sociedade tem o dever de denunciar qualquer infrator e de não desacreditar da justiça. Ao ocorrer a agressão, populares diziam que “não vai dar em nada”; esse tipo de descrença gera impunidade e por isso muitos casos não chegam nas mãos da Justiça. Os profissionais às vezes levam a culpa apenas por não tomarem conhecimento do que acontece no dia-a-dia, de cidadãos que sapateiam sobre o código penal e levantam a impunidade como troféu.
Abaixo no histórico do B.O, é possível o que aconteceu com a vítima e o agressor.