Com o passar do tempo, a cidade de Maragogi, litoral Norte de Alagoas, distante 135 km da capital Maceió, permanece longe de consertar dois problemas crônicos: o trânsito caótico e a falta d’água entre os meses de dezembro e fevereiro.
A pequena cidade, que se tornou um dos principais destinos turísticos do Brasil, não foi projetada. Suas ruas estreitas e limitadas têm dificuldade em comportar os veículos dos nativos em períodos normais; no verão, quando o fluxo triplica, as ruas parecem superlotadas de carros, lentas e sem local para estacionar.
A administração pública tenta equilibrar o trânsito por meio de novas placas de proibição de estacionamento, o que suprime ainda mais o fluxo ao fechar espaço em vez de abrir. Durante o dia, a SMTT entrega boa organização, porém durante a noite, com o aumento do número de pessoas na orla, os carros invadem todas as áreas proibidas, por não ter opção.
Os donos de pousadas que não têm estacionamento privado acomodam os veículos de seus clientes nos estacionamentos públicos, sem rotatividade, e acabam contribuindo para o caos do trânsito. Muitos nativos dos distritos de Peroba, São Bento e Barra Grande, obrigados a se deslocar diariamente à cidade a motivo de trabalho, vêem-se obrigados a deixar seus veículos estacionados às margens da AL 101 norte, onde estão sujeitos à fiscalização do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV).
Há ainda abuso da parte de moradores, que de forma errônea põem obstáculos em frente às suas residências para impedir que motoristas utilizem o estacionamento público. A prática contradiz a Resolução nº 302/2008 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Também a Administração Pública, ao dar exclusividade de estacionamento a secretários e vereadores, fere a mesma Resolução, baseado no Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, no artigo 12, inciso I da Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro – CTB e conforme Decreto nº 4.711 de 29 de maio de 2003, que dispõe sobre a Coordenação do Sistema Nacional de Trânsito.
Além de todo o problema no trânsito, o povo maragogiense sofre em mais um verão com a falta d’água em suas torneiras e chuveiros. Mais uma vez a empresa responsável tenta justificar o injustificável em nota à imprensa, mas o erro se repete anualmente, revelando incompetência e irresponsabilidade.
Esses problemas típicos do verão maragogiense tendem a perdurar, enquanto as pousadas usarem os estacionamentos públicos de forma ilegal e enquanto a CASAL (Companhia de Saneamento de Alagoas) não construir reservatório e uma estação de tratamento. Tenha-se em mente que grandes empreendimentos estão em andamento na cidade, com a chegada do aeroporto. Em não sendo resolvidas rapidamente, as situações tendem a piorar.