Quem pensa que Maragogi é apenas praia, sol, verão e curtição, está totalmente enganado. Maragogi é uma cidade com aproximadamente 33 mil habitantes, mas com altos índices de violência. A pequena cidade é cenário de crimes bárbaros com cenas cruéis que vemos apenas em cinema ou em cidades com mais de um milhão de habitantes. Estupro seguido de assassinato, decapitação de pessoas, desaparecimento de jovens, corpos enterrados em praia, exumados e queimados, ou encontrados em manguezais e troca de tiros entre facções, são assuntos que movimentam a imprensa local, sem contar com os acidentes automobilísticos e constantes casos de afogamentos de turistas, que adentram o mar desavisados.
Comerciantes e empresários tentam encobrir certos casos para não serem atingidos financeiramente. Diante de acidentes, a redação do Maragogiro recebe ligações com pedidos para não divulgar os fatos, ou para redigir a matéria de forma a não assustar os turistas, como se vidas fossem objetos sem valor.
No campo de batalha, Maragogi dispõe de um Batalhão de Polícia, com homens ordeiros que buscam controlar a situação diariamente. O 6º BPM é o único órgão em Maragogi que ainda causa temor para alguns. Entretanto, a violência que vem se espalhando nos últimos meses demonstra que o aparato policial precisa ser reforçado.
Os casos chocantes de violência na cidade podem ser recordados desde alguns anos atrás.
Voltando ao passado mais antigo, lembremos do caso de “Escurinho”, um rapaz de São Bento que foi assassinado e enterrado em cova rasa na areia da praia. Quando a maré baixou, apareceram os dedos dos pés, causando terror nos moradores. À época, ninguém foi preso.
Há o caso de Clife, traficante local perigoso. Ele foi assassinado em outra cidade, mas sepultado em Maragogi. Poucos dias mais tarde, o corpo foi exumado, decapitado e queimado.
Em São Bento, uma cabeça foi deixada exposta na área de uma residência em uma localidade conhecida como Alto do Cuscuz. Mais um caso de terror que chocou os moradores. Também em São Bento, o corpo de uma mulher foi descoberto próximo a uma casa de shows. Ambos os casos tiveram pouco esclarecimento.
Outro caso só foi descoberto depois que familiares interditaram a rodovia AL 101 Norte. William Bernardo, de 19 anos, foi assassinado e seu corpo foi jogado em uma área de mangue. Até uma aeronave foi acionada para o caso. Seu corpo foi encontrado em estado de decomposição. O caso continua sem solução até hoje.
Outro caso bárbaro em Maragogi foi referente à morte de Madalena, menina de 13 anos. Ela foi espancada, estuprada, mutilada e assassinada no assentamento Samba, Zona Rural de Maragogi. O caso Madalena continua sem solução.
Os casos de Carlos Miguel, de 16 anos, e João Gabriel, de 17, ambos assassinados em Maragogi, o primeiro próximo às obras do aeroporto e o segundo na Grota, também ficaram sem solução. Do mesmo modo, o caso de Caco do Gás, jovem trabalhador que foi morto recentemente.
O caso Pollyana Tavares foi solucionado porque ela foi assassinada pelo cunhado, preso em flagrante por populares. O julgamento do caso ocorreu no dia 27 de julho. Pedro foi condenado a 23 anos de prisão e terá de pagar aos herdeiros da vítima duzentos mil reais.
O caso mais recente, que chocou não apenas os moradores de Maragogi, mas de todo Estado de Alagoas e mais a Paraíba pela crueldade, diz respeito ao paraibano Moab, de 17 anos, espancado, decapitado e esquartejado. O rapaz estava há apenas 15 dias morando em Maragogi e nunca tinha saído de casa. Sem conhecimento dos locais perigosos da cidade, subiu a um local perigosíssimo conhecido como Alto do Posto em Barra Grande. O desespero da família para tentar encontrar Moab ainda com vida de nada adiantou. A investigação está em andamento e a família aguarda uma resposta das autoridades.
Com exceção do caso de “Escurinho”, os fatos relatados ocorreram nos últimos dois anos.
Mais recentemente, duas adolescentes estão desaparecidas há mais de 15 dias. O tempo e o padrão na cidade causa receio aos familiares.