Na manhã desta terça-feira (18), na sede do Ministério Público, vereadores participaram junto com representantes da Verde Alagoas de mais uma audiência referente ao desserviço que a empresa vem prestando ao município, desde primeiro de outubro do ano passado, data em que a empresa assumiu a distribuição de água em toda Maragogi.
A partir daquele mês, os moradores do Distrito de São Bento começaram a reviver tempos da seca e sofrimento, em que mães de famílias são obrigadas a se deslocarem ainda de madrugada até as antigas cacimbas para terem acesso a água. E mesmo sem acesso frequente ao produto, moradores de baixa renda estão recebendo da Verde Alagoas taxas acima de mil reais e aviso de corte.
Mesmo sem a leitura mensal dos hidrômetros das residências, a Verde Alagoas está cobrando ilegalmente por média, que é uma forma ilícita já definida pelo Tribunal de Justiça. A empresa também aumentou a tarifa em 100%, dificultando ainda mais a vida de aproximadamente cinco mil pessoas de baixa renda cadastradas no Bolsa Família. Aposentados, que destinam parte do salário a remédios, estão com as mãos na cabeça por receberem contas de águas de trezentos a quatrocentos reais.
Na reunião, a promotora de Justiça, Francisca Paulo de Jesus, iniciou perguntando a um dos representantes da Verde Alagoas quais as dificuldades na entrega de água potável, e quais seriam as soluções, de quem depende essa solução e por quanto tempo seria solucionado. O engenheiro não soube responder.
Os vereadores Pipo (PSDB), Paulo Nunes (PP), Alcione Pinto (PP) e Irmã Mônica (PP) pediram soluções para distribuição de água e uma boa prestação de serviço, porém, não obtiveram respostas satisfatórias. Diante das várias perguntas aos representantes da Verde Alagoas, deixadas sem resposta por incapacidade, o que restou foi decepção para os parlamentares.
Ainda houve apelo para que a Verde Alagoas suspenda imediatamente as cobranças de água, no mínimo em seis meses, para que tudo seja resolvido. No entanto, a proposta causou irritação a um dos engenheiros. Sem acordo, a reunião foi adiada para o próximo dia 02 de maio para que a promotora de Justiça analise os documentos técnicos e o contrato entre essas empresas responsáveis pela distribuição de água.
Mesmo assim, a promotora ficou ciente do estrago que a Verde Alagoas está causando na cidade. Para a próxima audiência serão também convocados representantes da Seinfra e da Casal.
Sobre as cobranças que os moradores estão recebendo sem que haja leitura, a Promotora pediu que sejam apresentadas no Ministério Público as cópias .