Ao contrário das cidades circunvizinhas, alagadas com o transbordamento de rios devido às chuvas, a situação em Maragogi, famosa cidade litorânea distante 135 km da capital, tem motivos particulares.
No município, poucos minutos de chuva, intensivas ou não, são suficientes para alagar certas ruas, e em pouco tempo os moradores divulgam imagens nas redes sociais.
Os motivos de alagamentos do tipo em uma cidade que não está ameaçada por rios são as construções desordenadas e mal fiscalizadas, além de uma rede de saneamento de fachada, cujo objetivo se resume a sugar dinheiro dos moradores.
Afinal, se nenhum rio transborda em Maragogi e mesmo assim a cidade alaga, então não existe passagem para o escoamento das águas em direção ao mar, pois os espaços disponíveis foram tomados pelas construções desordenadas.
O Distrito de Barra Grande vive o drama de inverno a verão. Não houve preocupação com o escoamento das águas na construção da rua principal. Em São Bento o caminho parece ser o mesmo, visto que novas construções têm seguido o mesmo padrão de Barra Grande.
Além disso, ficaram claros os efeitos da falta de políticas públicas, que obriga famílias inteiras a se aglomerarem em morros, locais de risco. Sob chuvas tão fortes, podem desabar a qualquer momento, levando consigo casas e vidas.
O problema está aí, e sua culpa não pode recair sobre a grande parte da população, apertada em becos e sobras de terreno. E o Poder Público, falhando em antever o desastre, só consegue agir depois que acontece.