De novembro do ano passado até o final de fevereiro deste ano, eu estive profundamente imersa em um projeto muito especial e importante para Educação nacional: é o projeto Planos de Aula de Nova Escola. O projeto pretende produzir milhares de planos de aula, da Educação Infantil ao final do Ensino Fundamental, alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
A iniciativa exigiu de todos os participantes (professores, mentores, especialistas, equipe da Nova Escola) muito estudo, reflexão, união, planejamento, engajamento e várias outras coisas. A primeira disciplina contemplada na produção dos planos de aula foi Matemática.
Para começar, lá em novembro, tivemos uma ótima formação presencial, de três dias, mediada e orientada por Katia Stocco Smole, um grande nome na área de ensino da Matemática. Só por essa formação, já valera a pena ter participado da iniciativa. Estudamos, refletimos sobre nossa prática, debatemos a matemática que fazemos em sala de aula e revimos uma série de conceitos.
Eu participei do projeto sendo mentora de cinco professores na produção de planos para 1° e 2° anos do Ensino Fundamental, sobre resolução de problemas e probabilidade e estatística. Meu incrível grupo de professores teve a participação de Janaína de São Paulo, Elissandra de Guarulhos, Leandro de Araçatuba, Fernanda de São Bernardo do Campo e Francislene de Franca.
Parece que tudo foram flores, mas como é difícil produzir planos de aula de Matemática para crianças pequenas, levando em conta como elas pensam, a linguagem adequada, as habilidades propostas na BNCC, tudo isso aliado a uma metodologia onde os alunos são o centro do processo de aprendizagem.
E ainda tínhamos o desafio de ser uma equipe que não se encontrava presencialmente. Precisamos de muita ajuda tecnológica, com internet e ferramentas do Google, para manter nossa comunicação. A produção dos planos foi a doze mãos e seis cabeças pensantes! Sem organização, eu acho que não seria possível.
Um dos pontos mais difíceis nesse processo foi se livrar da velha maneira de explorar a Matemática, e pensar em algo diferente e inovador, que faça com que todos possam aprender. Outro desafio foi produzir um material inédito, que não se encontra em livros didáticos. Sabemos que, em nossa rotina, usamos muito nossas experiências anteriores e exercícios já conhecidos como base para planejar nossas aulas.
Além disso, eu e meu grupo tivemos o desafio extra de trabalhar uma área que é deficitária em nossa formação: probabilidade e estatística. Para isso, contamos com o apoio de nossa especialista na área, a professora pernambucana Rita Batista. Ela teve muita paciência para nos ensinar e orientar.
A experiência dos planos de aula também me ajudou muito, e creio que vai te ajudar, também, a compreender melhor a Matemática na BNCC. Eles indicam um caminho para a transformação da teoria, daquela habilidade descrita na Base para a prática em sala de aula.
Esse é só um resumo de todo o processo, que não foi apenas a produção dos planos de aula. Nosso trabalho passa por acreditar que podemos reverter os baixos índices e transformar a aprendizagem de Matemática de forma positiva em nosso país. Como diz Katia Smole: “É a nossa causa, que todos nesse país possam ser capazes de aprender uma matemática de qualidade!”
Queridos professores, acessem os planos e transformem suas aulas de Matemática! Depois contem aqui nos comentários o que acharam e como foi sua experiência. Termino por aqui, agradecida pela oportunidade de fazer parte do Time de Autores de Nova Escola, por poder aprender muito e conhecer professores de todos os cantos do Brasil que, como eu, acreditam numa educação de qualidade para todos e no poder de transformação que nós temos.
Até a próxima semana!