Numa operação deflagrada nas primeiras horas desta quarta-feira (5), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) afastou seis dos 11 vereadores da Câmara Municipal de Mata Grande. A ação também fará o cumprimento de dois mandados de prisão, um deles contra o ex-presidente daquele Poder Legislativo, José Júlio Gomes Brandão, que está detido desde setembro último por envolvimento em desvio de recursos públicos. A operação foi desencadeada depois do Gaeco ter oferecido denúncia contra 20 pessoas acusadas de desviar cerca de R$ 1 milhão dos cofres do Poder Legislativo do município.
Foram denunciados José Júlio Gomes Brandão, ex-presidente e ex-vereador da Câmara Municipal de Mata Grande, Joseval Antônio da Costa, José Jorge Malta Amaral, Josivânia Cordeiro Freitas de Oliveira, Dalvino Orlando de Alencar Ferraz, George Ângeles Alencar Tenório Cavalcante e Diana Gomes Brandão Malta – todos vereadores, e Erick Oliveira da Silva, Veroneide Melo Brandão, João Sérgio Oliveira Pereira e Tiara Lou de Sousa, ex-vereadores daquele Parlamento. Os seis vereadores foram afastados do mandato e, os ex-vereadores, estão proibidos de ocupar cargos públicos.
O esquema
Há mais de seis meses o Gaeco vem investigando o desvio de recursos públicos na Prefeitura e na Câmara Municipal de Mata Grande. E, após um acordo de colaboração premiada, foi possível aos promotores de justiça o acesso aos detalhes do esquema. O colaborador relatou como funcionavam as fraudes e a distribuição ilícita de dinheiro público entre os vereadores por meio de contratos fraudulentos com empresas locadoras de veículos. E tudo isso ocorreu no período em que José Júlio Gomes Brandão ocupou o cargo de presidente do Legislativo, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2016. “Uma pequena Câmara de Vereadores de uma pobre cidade do sertão alagoano conseguiu desviar quase um milhão apenas do contrato de transporte. Infelizmente, percebe-se que os deficitários serviços públicos prestados pela nação possuem a corrupção como causa específica”, disse o promotor Carlos Davi Lopes, que comandou a operação nesta terça-feira.