O prefeito da cidade de Maragogi, Fernando Sérgio Lira (PP), resolveu enviar para a câmara de vereadores, em meio à polêmica ordem das coisas, um projeto de lei com um tímido aumento salarial para professores no valor de 4,31%, depois de quase quatro anos no poder.
A notícia caiu como uma bomba para os mestres, que desde o início da gestão do então prefeito aguardam algum tipo de valorização e de reconhecimento. De acordo com informações dos professores, o prefeito passou a não valorizá-los depois que eles moveram a ação na justiça para bloquear os 60% dos precatórios do antigo Fundef que entraram nos cofres da prefeitura no dia 12 de julho de 2017, com um valor na época de 37 milhões de reais.
Ainda segundo os professores, o prefeito conseguiu derrubar a liminar na justiça, e desde então vem tratando-os a mão de ferro. Tentou cassar os diretos adquiridos do PCC (Plano de Cargo e Carreira) com apoios dos vereadores, caso que foi parar na justiça.
O sindicato da classe revela que o município de Maragogi vem descumprindo o piso nacional desde 2017, quando deveria ter havido 7,64% de aumento; em 2018, 6,82%; em 2019, 4,17%; e, no ano corrente, 12,84%.
Enquanto a burocracia retarda o aumento salarial dos professores, o prefeito, por outro lado, conseguiu aumentar duas vezes os salários dos cargos comissionados, alcançando um aumento de 100% em dois anos.
Vários áudios de repúdio ao baixo aumento viralizaram nas redes sociais na manhã desta segunda feira (05).
“Pensamos que, com a entrada desse novo secretário, João Ênio, que reclamava tanto do passado e que dizia que seria diferente, as coisas iriam melhorar, mas nos enganamos; ele está pior do que o tal de Gino César”, desabafa uma professora que não quis se identificada para não ser perseguida pelo secretário.