Maragogi é cidade pequena do interior de Alagoas, com aproximadamente 32 mil habitantes entre zona rural e urbana; bem localizada próximo a duas capitais do nordeste, Maceió e Recife, tem como principal fonte de renda o turismo, motivo que acirra disputas entre empresários que pensam apenas em ganhar dinheiro.
Mas para que essa disputa ganhasse tanta força, primeiro o município teve que expulsar os urubus e tirar o lixo da praia, como também teve que proibir os nativos de frequentarem as piscinas naturais, privando-as para os visitantes. Com isso, a fama de Maragogi e das “galés” rompeu barreiras e atravessou o mundo. Porém, ao longo do tempo, as alegrias se transformaram em tristezas para muitas famílias que perderam seus entes nas praias, ou que se machucaram gravemente..
Um dos desastres mais chocantes referentes ao turismo de Maragogi foi quando um empresário de Santo André – SP, que estava em lua de mel, saiu de um receptivo para voar de ultraleve. Maguidael Andir Franco, de 26 anos, e o piloto Amadeu Vasconcelos Filho, de 43 anos, morreram quando o ultraleve caiu no mar de Maragogi a 1,5 km da costa.
Um ônibus de uma Operadora de turismo com 43 pessoas que se deslocava para Maragogi virou na rodovia AL 105 na cidade de Porto Calvo, e dez pessoas perderam suas vidas. Edna Alzira Paulus Franco, 65, Geisa Márcia Filiaci, 27, Fábio de Souza Cruz, 40, Lias Rodrigues da Silva, 60, Adelino Viana Gandi, 81, Eloi Afonso da Silva, 52, Rodrigo Alvares Santiago, 30, Danilza Maria Mazilli, 41, e Paulo Roberto de Oliveira Lima Castanho, 58. A décima vítima não teve o nome revelado na época do acidente.
Também aconteceu vários acidente com turistas em lanchas; um dos mais graves foi o de uma senhora que teve a perna decepada pela hélice do motor. O empresário Cesar Neves Licio Lorentz, 47 anos, de Campo Grande (MS), morreu afogado no mar de Barra Grande, povoado de Maragogi. Ele estava com a esposa e o filho de 10 anos no momento da tragédia.
E, neste fim de semana, com o afundamento de um catamarã, duas senhoras morreram por afogamento. O caso ainda está sendo investigado pelas autoridades.
Em todos os casos, com exceção ao acidente do catamarã, pessoas influentes do município tentaram abafar os casos citados, pedindo a pessoas ligadas a imprensa a não divulgação dos fatos para não assombrar os turistas e manchar o nome da cidade. Porém, hoje, com a popularidade das redes sociais, casos como estes seriam impossíveis de camuflagem ou maquiar dados, pois as novas tecnologias propiciam circulação de imagens e áudios em tempo real.
Outro acidente pré-anunciado em Maragogi poderá acontecer com guias e suas loucas abordagens em cima de motocicletas na rodovia AL 101 norte. Eles abordam os turistas de tal forma que muitos pensam que é assalto. Inclusive, houve um acaso em que um policial civil de outro Estado só parou o seu veículo em frente ao 2° BPM, por não compreender o que estava acontecendo.
Fica o alerta para as autoridades exigir mais fiscalização e cobrar prudência de donos de embarcações, pois são vidas em jogo, são famílias que chegam à cidade para curtir o que tem de melhor entre o mar e os restaurantes. Depois da tragédia de sábado, há relatos de tripulantes sobre superlotação em catamarãs que entram mar adentro acima da capacidade permitida, ou seja, o dinheiro está sempre em primeiro plano. Lembrado que como foi divulgado pelo o município de Maragogi onde a embarcação do naufrágio não tinha alvará para funcionamento, todavia, fica o alerta, pois não foi pela falta do documento que o barco afundou, porque barcos autorizados pela prefeitura, também são passíveis ao mesmo problema. Centenas de pessoas cancelaram suas viagens com destino a Maragogi nos últimos dias.