Um débito que estava previsto para ser pago aos servidores e professores da educação da rede municipal de ensino do município de Maragogi, cidade do litoral norte de Alagoas, foi pago neste sábado (24) para o bem dos trabalhadores e pais de famílias que sofrem pela má administração de muitos políticos descompromissados com o erário público.
Muitos funcionários foram pegos de surpresa com o dinheiro em conta. E dinheiro no bolso significa bem-estar e reconhecimento de serviços prestados de qualquer natureza, proporcionando uma boa oportunidade para que os servidores também honrem seus compromissos com terceiros. Sem contar com a vantagem do comercio local que, de forma direta ou indireta, também é agraciado e que conseguirá respirar de forma mais livre depois de ter passado por um período complicado, devido às fortes chuvas que caíram em todo litoral nos últimos meses, abalando a economia local.
Esse débito salarial de 2016 estava previsto para ser pago pela prefeitura de Maragogi em uma única parcela, mas por ordem alfabética, até que fosse quitado. Os primeiros funcionários a receber os salários atrasados referentes ao débito de 2016 foram aqueles que entraram na justiça e receberam seus vencimentos em 27 de junho. Isso aconteceu depois de um acordo firmado entre o secretário de educação e a defesa dos professores. Os demais, que não procuraram ajustiça, ficaram na espreita aguardando os próximos pagamentos que eram previstos para terem início no dia 27 do mês passado.
Entre briga de precatórios e direitos cassados do PCC (Plano de Cargo e Carreira), os servidores da educação “arregaçaram as mangas” na quinta-feira passada (18): se vestiram de preto em forma de protesto contra o prefeito da cidade e participaram em massa da sessão ordinária na câmara municipal de vereadores, com o intuito de serem reconhecidos e respeitados por todos, principalmente por aqueles que têm o poder e a obrigação de defender os interesses da sociedade.
Talvez as roupas pretas vestidas pelas honrosas professoras em forma de protesto tenham servido como um aviso da primeira centelha acesa em direção a um pavio que está inerte, mas encharcado de etanol. Sendo as roupas pretas ou não que assustaram o município, o que se sabe agora é que, em menos de 48 horas, todos os servidores da educação receberam seus dignos salários referente ao ano de 2016, ainda da gestão passada.
Já o ex-prefeito alega que o dinheiro do ano em discussão foi deixado em caixa sobre empenho para que a nova gestão, na pessoa do prefeito Sérgio Lira, cumprisse assim que assumisse o poder, após vitória nas eleições de 2016. O ex-prefeito também informou em redes sociais que o dinheiro deixado em caixa no valor de quase 2 milhões de reais, foi oriundo de recursos de repatriação da União, e que entrou bloqueado nos últimos dias de governo do ex-prefeito Enrique Peixoto. Entretanto, se, em pleno exercício do mandato, os servidores do município de Maragogi não eram honrados com seus vencimentos dignamente em dia, entende-se que o dinheiro da repatriação deixado em caixa ficou para a gestão que sucederia ao trono, apenas pelo motivo de ter entrado bloqueado nos cofres da prefeitura, caso contrário, teria desaparecido.
Nossa reportagem enviou mensagens via WhatsApp para o secretário de educação, João Ênio, no dia de ontem, para saber se realmente estavam previstos pagamentos referentes ao ano de 2016. Porém, nossas mensagens não foram respondidas. Hoje, sábado, pela manhã, perguntamos mais uma vez ao secretário se o dinheiro estava em consta dos servidores, e ele apenas disse que sim, mas não quis entrar em detalhes.