A cidade de Maragogi, localizada no litoral norte alagoano a 135 km da capital Maceió, é o município com o maior número de assentamentos federais no Estado. São 18 áreas de reforma agrária criadas pelo INCRA (Instituto Nacional De Colonização e Reforma Agrária), totalizando 12,8 mil hectares de terras produtivas nos quais vivem 1.611 famílias.
Na manhã deste sábado (04), nossa reportagem foi até a feira livre do município para entrevistar os feirantes, na tentativa de descobrir como eles estão sobrevivendo da lavoura neste período crítico de pandemia.
Nos primeiros bancos da feira, entrando pela Rua da Colônia, conversamos com o senhor José Silva de Souza, conhecido por Galego da Fruta. Ele nos informou que há 25 anos vem semanalmente comercializar na feira livre de Maragogi, mas é morador da cidade de Agrestina em Pernambuco, e não de um assentamento local.
Mais à frente, o senhor Cicinho da verdura também revelou que é pernambucano, da cidade de Batateira, distrito da cidade de Belém de Maria, e que há muitos anos abastece a feira livre de Maragogi; também Miguel Francisco, Carlos André, Marcos Amaro, Victor Joaquim e Manoel da Silva, todos oriundos de Batateira.
Também localizamos feirantes da cidade de Barreiros e de Agrestina, a exemplo de Joselito Alves, popularmente conhecido por “Bênção” do queijo.
Entrevistamos os comerciantes dos maiores bancos de feira. Mesmo sendo de fora, eles reclamam das dificuldades que vêm enfrentando devido à crise. “Tem semana que a gente ganha, outra perde, outra empata e assim vamos levando a vida”, declara o senhor Miguel Francisco, também de Batateira.
Os nativos localizados na feira são apenas os vendedores de banana da terra.
Portanto, nota-se que apesar do grande número de assentamentos e de terra produtiva, a feira livre de Maragogi não tem muitos vendedores nativos. É graças aos pernambucanos que ela se sustenta; sem eles, talvez não houvesse a opção aos maragogienses de comprar produtos naturais direto da fonte.