A senhora Edclécia Iracema Ferreira, de 33 anos, moradora do Distrito de São Bento, é mãe solteira de duas crianças, uma com três anos de idade e outra de um ano e nove meses. Ela foi covardemente agredida na noite deste sábado (12), na praia de São Bento, após pedir ao dono de um paredão que ele diminuísse o volume do som
Após a repercussão do caso, Edclécia Ferreira falou com exclusividade ao nosso portal de notícias. Ela espera por justiça, pois o que mais se vê por aí são homens espancando mulheres sem que nada seja feito, principalmente quando se trata de mulheres feito ela, sem marido e pobre. Emocionada, ela conta com detalhes o momento de terror que sofreu na beira-mar, precisamente no espaço onde é realizado o Festival da Mariscada.
Por ser um local bem frequentado nos fins de semanas, ela conta que se divertia no local com seus filhos naquele sábado; no entanto, um grupo de cinco pessoas, sendo duas mulheres e três homens, estavam ali perto ao som de um paredão. Ela disse que só reconheceu o ex-candidato a vereador, hoje bugueiro, Ruan Calaça. Ela permaneceu afastada do grupo.
Edclécia Ferreira afirma que na casa ao lado estavam alguns veranistas, e ela foi pedir água para dar às duas crianças. Neste momento, uma senhora perguntou se ela fazia parte do grupo do paredão. Edclécia informou que não, porém, a senhora disse que na casa tinha um senhor de idade e uma bebê de colo, que estavam incomodados com o barulho. Ao retornar, Edclécia foi até o grupo e os informou que o pessoal da casa vizinha estava incomodado com o barulho do paredão; então, o bugueiro Ruan Calaça pediu para baixar mais o volume do som.
Uma das mulheres que estava bebendo com o grupo, cuja identidade Edclécia não soube informar, começou a se alterar, e uma discussão se iniciou entre as duas, pois de acordo com Edclécia, que não nega de ter também ingerido bebida alcoólica, ambas usavam palavras de baixo calão. Neste momento, de acordo com Edclécia, um dos homens que estava no grupo partiu para cima dela e tentou asfixiá-la; na sequência, pegou-a pelos cabelos e socou-a no rosto. Edclécia diz que sua sorte foi Ruan Calaça ter tomado a frente e conseguir tirá-la das mãos do agressor. Ela disse que neste momento suas crianças entraram em desespero. Edclécia diz não saber o nome do agressor, apenas que se trata de um primo de Ruan Calaça.
“Solte minha mãe, solte minha mãe” um dos filhos gritava no momento.
Ainda de acordo com Edclécia, o bugueiro Ruan Calaça pediu para ela sair do local e ir embora. Neste momento, o agressor voltou correndo para pegá-la novamente, e mais um vez foi impedido por Ruan Calaça.
Edclécia falou que iria chamar a polícia, entretanto o terceiro homem disse que era policial. Ao sair do local machucada, com um grande hematoma na face esquerda, e sabendo que ali perto mora um policial lotado no 6º BPM, ela se dirigiu à sua residência e pediu socorro. Prontamente o policial acionou a Rocan que chegou tarde demais, pois os infratores haviam se evadido. Edclécia foi aconselhada a procurar a delegacia.
Ainda na mesma noite, de acordo com Edclécia, ela deixou os seus filhos com sua mãe e andou 06 km a pé para prestar queixa na delegacia de Maragogi. O agente de plantão pediu para ela retornar nesta terça-feira (15) e que apresentasse os nomes dos envolvidos e testemunhas. Edclécia ainda foi até a UPA Santo Antônio e através de raio X foi constatado que não houve fratura em sua face. Ela ainda recebeu uma declaração do profissional que atendeu, constando a agressividade.
Por telefone, Ruan Calaça negou ter participado do caso. Ele também não informou o nome do agressor e a quem pertence o paredão de som. De acordo com Edclécia, o homem que a agrediu é primo de Ruan Calaça, mas também não soube informar sua identidade. Cabe agora à Polícia Civil investigar e identificar o agressor.
Nossa reportagem também entrou em contato com o Ministério Público, e a promotora de Justiça de Maragogi, Drª Francisca Paula, informou que neste caso, uma vez que a vítima não conhece o agressor, e como está marcado para ela comparecer à delegacia nesta terça feira (15), ela deve passar para os agentes o nome e o endereço de Ruan Calaça, que é obrigado a dizer quem foi o autor da agressão, porque se estavam todos juntos, ele sabe quem é. A promotora ainda informou que Ruan Calaça será testemunha do caso, e quando o autor for identificado será processado.