Na noite desta terça-feira (06), estava prevista uma Audiência Pública às 19h na Câmara de Vereadores do município de Maragogi, referente ao marco temporal. A audiência foi requerida pelo vereador Major Paulo Nunes (PP) e aprovada por unanimidade pelos demais vereadores.
Para audiência pública foram convocados: representantes da Secretaria Do Estado, Arsal (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas), Verde Alagoas, Telesil, Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas), Secretarias de Infraestrutura de Maragogi e do Estado, Ministério Público e associações de moradores, bem como a imprensa local, para cobrir o evento.
De acordo com o debate dos parlamentares, Maragogi aderiu ao Convênio de Cooperação com o Governo do Estado para a regionalização do planejamento, organização, gestão, fiscalização e regulação dos serviços de fornecimento de água e esgotamento sanitário, com mais de cem milhões de reais investidos em obras. Entretanto, nem a Câmara nem a população têm conhecimento da concreto do projeto. O que se vê nos distritos são ruas esburacadas e transtornos constantes.
Como o governo não dá nó em pingo d’água, sabe-se que as obras são de grande importância, porém, são obras terceirizadas, e o investimento será tirado do bolso do consumidor a longo prazo. Aí reside o problema: Maragogi há muitos anos é vítima da Casal, com a qual moradores pagam taxas absurdas. A empresa arrecada mais de setecentos mil reais mensais, e não se vê investimento em Maragogi, apenas reclamações em meios de comunicação, e nada é resolvido.
As principais empresas convocadas faltaram à Audiência Pública, que foi, por isso, suspensa. O vereador Paulo Nunes lamentou o fato informando que na próxima sessão da Câmara apresentará um novo requerimento, não mais convidando as prestadoras de serviço público, mas convocando, conforme o regimento da Câmara. O vereador Jailson Carnaúba (PSDB), se pronunciou tecendo críticas à Casal e reforçando o tratamento que o povo recebe por parte destas prestadoras de serviço. Jailson Carnaúba sugeriu que o Ministério Público fosse acionado para solicitar a presença de todos.
Enquanto a cidade de Maragogi não tiver um PROCON, os moradores do segundo polo turístico continuarão sendo lesados em plena luz do dia. A exploração vem de todos, desde o pequeno empreendedor às empresas públicas. A ausência dessas empresas na audiência convocada pela Câmara reforça a tese de que Maragogi é terra sem Lei e manda quem tem mais poder.
É praxe o envio de contas aos consumidores mensalmente. Mas não é praxe água ininterrupta nas residências. Outro fator que até agora nenhum matemático conseguiu explicar é que. se os moradores passam cinco ou dez dias sem água, a conta chega com o valor de como o fornecimento estivesse normal.
É surreal entender como a Casal conseguirá vender água para a Verde Alagoas, tendo sempre afirmado não ter condições de manter o abastecimento de Maragogi. O Distrito de São Bento vem sofrendo com escassez de água desde o mês de outubro, momento em que o SAAE foi entregue à Verde Alagoas.
Cientes de que as contas terão reajustes com este novo modelo de abastecimento, esperamos que ao menos tenha água em abundância. Caso não ocorra, e enquanto não se instala um PROCON na cidade, cabe às associações acionar o Ministério Público.
A Casal informou aos vereadores que não houve tempo de mandar um representante, alegando que o convite foi em cima da hora.
A Verde Alagoas justificou sua ausência, informando aos vereadores conflito de agenda, e ao mesmo tempo pede que Câmara convoque a Agência Reguladora.
Antes do encerramento, o vereador Paulo Nunes reforçou a preocupação com o povo de baixa renda, pois até o momento não há nenhuma explanação de valores para a população carente. O presidente Júnior de Jozemir também lamentou a falta de compromisso das empresas ausentes, e afirmou que aguardará um novo requerimento de convocação para que a audiência tenha êxito.