Será que agora dará certo?
A cidade de Maragogi é conhecida internacionalmente por ser um dos principais destinos turísticos de Alagoas. Entretanto, muitos desconhecem o seu sistema político, em que dois grupos há anos se digladiam e se alternam na preferência do eleitorado.
No último domingo (28), foi lançado oficialmente o nome de Wagner Lira, filho do prefeito Sérgio Lira, para disputar uma vaga ao cargo de deputado estadual pelo Partido Progressista (PP). Wagner é advogado e já foi procurador do município nesta gestão de seu pai, porém nunca disputou um cargo político. Mesmo assim, ele se destaca em Maragogi por ser um pessoa amiga, extrovertida, sem radicalismo político, sem arrogância, sem prepotência, diferente de muitos que compões a atual administração.
Wagner Lira traz consigo os principais requisitos para se tornar um bom político, afinal um candidato jamais poderá fazer acepção de pessoas, pois é de voto que os cargos políticos dependem, e os eleitores são de todas as cores, raças, credos, religiões e posições sociais. Se o filho do prefeito de Maragogi já demonstrou essa virtude através de sua simpatia, isto significa que passou em seu primeiro teste e que com certeza será abraçado pelo povo maragogiense.
Quando um político faz o dever de casa, dois saem ganhando: o próprio político e o povo. O mandato de Sérgio Lira se aproxima da reta final, pois já vem da reeleição. O sucesso da candidatura de seu filho pode gerar nova prole, e um nome vindo dos Lira pode continuar disputando a cidade de Maragogi, assim como em várias cidade do Brasil, em que os caciques quando se aposentam, deixa seus índios na linha de sucessão, armados com arcos e flechas para dar continuidade a história.
Lembremos que esse feito já ocorreu em Maragogi, no governo de Marcos Madeira. Em seu segundo mandato, em 2010, ele conseguiu eleger o filho Marquinhos Madeira a deputado estadual. Na época, Marquinhos também fazia parte do organograma do município e exercia o cargo de Secretário de Educação. Era simpático, popular e amigo de todos. Maragogi vibrava com a sua vitória então, pois uma pequena cidade do interior agora tinha representante a nível estadual.
Quem, na época, não pensava que a eleição de Marquinhos Madeira revolucionaria a gestão pública para a cidade de Maragogi? Afinal, pai e filho estavam à frente do município, homens populares entre o povo. Porém, o populismo não é suficiente para sustentar o poder: o retorno para o eleitor deve ser uma constante para quem deseja se manter nas estruturas da administração pública.
E o retorno é básico: o bem estar do povo, resumido em salário em dia e barriga cheia. As questões estruturais de uma cidade ficam em segundo plano. Quando nada disso recebe atenção, por mais popular que seja o político, seu castelo de areia é derrubado pelos golpes dos dedos dos eleitores nas urnas.
Então, o político e o eleitor maragogienses já estão bem sincronizados quando o assunto é uma boa ou má gestão.
O que se espera de Wagner Lira é que, vencendo esta eleição, não queira ser um notório político, mas sim usar o cargo para o povo, e que seu castelo seja erguido com boas estruturas para que o vento e o tempo não os derrubem. O bom político não precisa se cercar de bajuladores: ele deve manter os salários de funcionários em dia e oferecer bons serviços em prol da coletividade.
Deseja-se que Wagner Lira tenha sucesso em sua nova empreitada, e que Maragogi saia ganhando, pois uma cidade bem representada significa evolução.