Se de dia falta água, à noite falta luz! Esse é o lema vivido pelos moradores do segundo polo turístico de Alagoas durante as altas estações do ano.
Com a privatização da Eletrobrás, os alagoanos, que antes padeciam do desserviço da operadora de energia elétrica, tiveram duplicados os seus problemas com a chegada da Equatorial: são cada vez mais comuns relatos de reclamações não atendidas de imediato pela empresa, gerando acúmulo de protocolos. O que resta são as redes sociais e a emissora de rádio local para dar suporte ao povo, cobrando pela coletividade.
De acordo com informações, neste verão Maragogi está totalmente ocupada por turistas e veranistas, mas os problemas de agora se repetem ano a ano. As quedas de energia são frequentes, atingindo bairros inteiros, e os assentamentos, sem poupar os pequenos comerciantes, que ficam sem ação diante dos prejuízos. Há casos de assentamentos que passaram mais de semana sem energia elétrica.
Outro pesadelo vem das operadoras de distribuição de água, Casal e Saae, que não conseguem abastecer a população entre os meses de novembro a fevereiro, meses em que a vazão dos poços diminui por falta de chuva.
Lamentavelmente, nesse caos a penalização é unilateral: apenas o cidadão, com energia ou sem energia, com água ou sem água, tem os péssimos serviços suspensos caso atrase o pagamento, enquanto para as operadoras, provedoras de desserviço, não há nenhum tipo de sanção.
A irresponsabilidade resume-se na falta de investimento das empresas. As quedas de energia localizadas significam falta de manutenção nas redes elétricas. E a demora para atender aos chamados dos moradores, falta de profissionais de plantão.
Sobre o desabastecimento de água no município de Maragogi, não há o que discutir, pois água doce é que não falta jorrando nas cachoeiras do município, milhões de litros desaguam no mar.
Os investimentos em poços artesanais são paliativos vergonhosos, uma vez que as primeiras galerias de esgoto foram pensadas na Babilônia, antes de Cristo, através de um planejamento urbano, o famoso aqueduto Aqua Apia do Império Romano.
O Distrito de São Bento está prestes a se livrar do Saae, mas não se livrará dos problemas enquanto depender de poços artesanais e de um bom inverno para que os poços não sequem demasiadamente no verão.
Enquanto isso, o povo continuar a reclamar, e se não pagar o desserviço, terá cortados sua água e energia.