Este é daqueles fatos que ninguém gosta de ouvir, mas aconteceu, na noite desta segunda-feira (31), no bairro do Bom Parto, em Maceió. Um bebê de apenas dois meses morreu após ser abusado sexualmente e espancado pelo pai, um homem de 21 anos de idade, que agora está preso.
O pequeno chegou a ser resgatado com vida por vizinhos e levado para a unidade de saúde Dayse Breda, na Levada, mas já deu entrada na unidade em óbito. A equipe médica e de enfermagem ainda tentou reanimar o bebê, mas não obtiveram sucesso. Os médicos perceberam sinais de violência sofrida pela criança: ele estava com um olho inchado e marcas roxas pelo corpo. Quando os médicos despiram a criança, a situação era ainda pior: o bebê tinha dilacerações na região do testículo e lesões graves no ânus.
Após as evidências de agressão, a unidade de saúde acionou a Polícia Militar que, por sua vez, pediu a presença do responsável pelo Conselho Tutelar da 4ª Região, Celso Deoclécio. Ele conta que o pai entrou em contradição ao tentar explicar o que teria acontecido com a vítima. “Inicialmente ele contou uma versão de que a criança havia sofrido um engasgo, e ele dizendo que tinha feito massagem cardíaca nela.
Nós recebemos a denúncia de que o bebê foi espancado e sofrido maus-tratos, quando chegamos no hospital já fomos informados pela equipe médica que a criança chegou ao hospital em óbito”, explica o conselheiro tutelar.
O pai da criança foi preso imediatamente e levado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi autuado em flagrante por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, sem chance de defesa da vítima e por meio cruel.
O delegado da DHPP, Francisco Medson Maia, disse que em depoimento o acusado de matar o bebê minimizou as agressões, alegando que apenas deu “tapinhas’ no bumbum da criança. “Ele confessou que agredia o filho, mas diminuía a intensidade. Falava que eram apenas tapinhas no bumbum da criança. Ele apresenta uma situação totalmente diferente de como a vítima foi encontrada. O que aconteceu foi outra coisa: há sinais de violência sexual”, afirma Maia.
O delegado classifica o caso como um crime bárbaro, relatou que já esteve na casa onde o bebê morava com os pais, fez os primeiros levantamentos para servir de base no inquérito policial. “Trata-se de um caso muito forte, realmente choca”, desabafa. A Polícia Civil ‘puxou’ os antecedentes criminais do acusado e viu que ele havia cumprido pena por roubo e, recentemente, saíra do sistema penitenciário, para onde deve retornar em breve.
O delegado informou ainda que, no momento das agressões, apenas ele e o bebê estavam em casa.
A mãe, uma adolescente de 13 anos, disse em depoimento que havia deixado o garotinho sob os cuidados do pai enquanto ia a uma unidade de saúde. Vizinhos ouvidos pela Polícia Civil afirmam, embora a jovem nunca tenha falado, talvez por medo de consequências mais graves, que o companheiro era agressivo e que costumava bater na jovem mãe, mesmo quando estava grávida. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de necropsia nesta terça-feira (1º) e em seguida foi liberado para o sepultamento.