O artista plástico pernambucano João Artur, da cidade de Paudalho, figura conhecida no meio artístico que, além de carregar um vasto currículo entre graduação em Letras, pós-graduação em Educação Ambiental e Cultural e pós-graduação em gestão e produção cultural, é vastamente elogiado por escrito em carta feita por uma das figuras mais conhecidas da cultura brasileira: o dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e professor Ariano Suassuna. A carta de valor incalculável deixada não serve apenas de troféu para João, mas demonstra o mérito de quem usa o seu dom para o enriquecimento de um povo e sua cultura.
O artista plástico e culturalista João Artur não se intimidou em revelar a sua precoce paixão pelas belezas naturais de Maragogi, como também da história do Bumba Meu Boi do inesquecível Mestre Eurico de Barra Grande, razões mais que suficientes para que o artista se deslocasse de outro Estado e para vir à nossa cidade e com exclusividade entregar ao empresário do receptivo Caminho da Barra, Drailton Costa, o brilhante trabalho em tela feito em alto-relevo.
Na obra agora exposta no receptivo em Barra Grande é possível perceber a valorização que o artista deu ao Bumba Meu Boi do mestre Eurico e o seu cruzamento com o maracatu pernambucano numa cultura viva e incomparável. A festa cultural retratada se passa no cenário das belezas naturais da praia de Barra Grande: o mar e os coqueirais dão brechas para o famoso Caminho de Moisés. Os netos do mestre Eurico, Elikelma e Everton, foram ver de perto a homenagem do artista ao seu avô.
Chamado de autodidata por Ariano Suassuna, João Artur revela à nossa reportagem que faz questão de relembrar a infância, quando suas irmãs “Biu” e “Carminha” costuravam e desenhavam modas da família e seu pai que era marceneiro; este arcabouço deixou-lhe de saldo o dom de desenhar. Porém, o artista diz que foi o desenho animado da Pantera Cor-de-Rosa que lhe deu o nome de artista ainda aos sete anos de idade. Já adulto e com bagagem suficiente, fez sua primeira exposição na cidade de Paudalho, no Museu do Veículo, que foi sua porta de entrada neste riquíssimo mundo, e depois, no museu do Homem do Nordeste- FUNDAJ na grande Recife. “Eu ainda faço pintura por encomenda, mas o meu carro-chefe é o da cultura do Maracatu de Baque Solto”, revela João Artur. Ele afirma que o seu sonho foi realizado ao conhecer Ariano Suassuna, pois o considerava como um “deus”. Mostrou um de seus quadros e pediu a opinião de Ariano, que, ao saber de sua história, redigiu um vasto elogio.
O empresário Drailton Costa do Caminho da Barra se mostrou muito satisfeito com todo trabalho lapidado na tela pelo artista e disse que poderá fazer uma exposição já no próximo verão. “Para mim é motivo de alegria e satisfação conhecer um artista como João, que tem uma sensibilidade profunda para a cultura popular que pôde ser despertada por Maragogi.” Satisfeito, finaliza o empresário.