Um bom projeto para construção de 64 banheiros em residências de famílias carentes que tinha tudo para dar certo está se afundando dentro da irresponsabilidade da prefeitura de Maragogi e da empresa licitada, CP Construção e Engenharia. A prefeitura por fazer vista grossa na fiscalização, e a empresa por construir banheiros com material de péssima qualidade em cima de um montante de mais de meio milhão de reais da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
Depois do escândalo dos banheiros do sítio Maruim, onde em menos de três meses, dos seis banheiros construídos, cinco apresentaram problemas, agora foi a vez dos problemas dos banheiros da Concórdia onde 20 banheiros destinados a famílias carentes daquela localidade, onde 10 já foram terminados e entregues com uma série de problemas entre encanações, pisos e telhados. Mas o caso que chamou atenção da reportagem foi que a prefeitura autorizou a construção de um banheiro em um terreno que não tem residência, enquanto a casa do Sr. Adriano de 44 anos ficou de fora do projeto por questões políticas: segundo ele, declarou voto aberto ao ex-prefeito Marcos Madeira, e sua casa foi excluída do projeto.
Moradores também reclamaram que, em um dos banheiros, a caixa d’água enche e transborda, porém a água não desce, ficando o banheiro inutilizável. Em outro, por conta do piso mal feito, a água não desce pelo ralo; no da casa da dona Rosa, o telhado caiu com o vento. As irregularidades vêm desde a construção, no pagamento de pedreiros que reclamam por não estarem recebendo em dia.
Após matéria exibida sobre as construções irregulares no Sítio Maruim, o vereador Júnior de Barra Grande (SD) fiscalizou as obras em andamento nas três localidades onde o projeto está sendo implantado e lamentou o fato; ele disse que irá solicitar do município a prestação de contas e saber se ainda existe dinheiro em caixa. “Este projeto seria muito bom se não tivessem usando de má fé, mas eu, como representante do povo, não irei deixar barato”. Falou o vereador indignado com o caso.
A Funasa se pronunciou através de e-mail com o Portal de Notícias Maragogiro solicitando todo material produzido pela reportagem e se tínhamos o número do convênio entre a prefeitura e o órgão.
Já o Ministério Público estadual informou que o recebimento de uma empresa de qualquer valor referente a um contrato licitatório sem que haja realização de obras adequadas ao projeto configura crime, e todos serão responsabilizados.