Parece que está chegando o fim para os trabalhadores nativos, que sobrevivem informalmente na beira da praia de Maragogi vendendo seus produtos aos turistas e veranistas que, de uma forma ou de outra, conseguem sustentar suas famílias e pagar suas contas em dia.
Desde o ano passado, os ambulantes vêm sofrendo grandes pressões por parte das autoridades. Para piorar a situação, o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) surpreendeu a todos que tinham suas barracas montadas próximo ao hotel Praia Dourada, nesta quarta feira (20).
De acordo com populares, eles amarraram com cordas as barracas e as puxaram com as caminhonetes, derrubando todas. Em seguida, pegaram os entulhos e colocaram em um caminhão, limpando toda área. O mesmo recado foi dado para os ambulantes que também tem suas barracas montadas próximo ao hotel Salinas, pois, de acordo, com informações, eles serão os próximos.
Muitos ambulantes que sobrevivem do artesanato há mais de 15 anos entraram em desespero. Choro e lágrimas são visíveis nas expressões faciais dos pais de família que não tem profissão e cujo sustento é tirado apenas dos trabalhos informais. “Não adianta ninguém vir aqui dizer que é o Governo Federal o culpado, na verdade o prefeito está por trás de tudo, e é o propósito dele fazer isso com a população pobre.” Relata Cicero Mulambo.
Nenhum ambulante abriu suas barracas hoje próximas ao Hotel Salinas, indicada por uma advogada, para não serem multados ou demolidas de forma ilegal. Eles apenas se reuniram e lamentaram o fato de terem sidos abandonados pelo poder público municipal que vem demonstrando apenas apoios aos ricos e grandes empresários. “Só quem pode arrancas as restingas ou limpar matos na praia, são eles, nós somos multados se fizermos a mesma coisa.” Relata uma senhora que preferiu não se identificar.