A cidade de Maragogi, situada a 130 km de Maceió, é conhecida como o segundo polo turístico e denominada ultimamente como a terra dos políticos marajás. A cobiçada cidade se prepara para ser palco de uma disputa política, talvez a mais acirrada dos últimos anos: de um lado, grandes nomes e figuras consagradas; do outro, os inanimados, que galgam da bonança de forma ardilosa e do malabarismo financeiro para se manter no poder legislativo.
A diferença de dinheiro entre personalidades é o que faz a diferença entre quem quer chegar lá, e quem já está lá. Uma cadeira de vereador, outrora motivada pelo reconhecimento de luta em prol de uma causa, hoje foi transformada em uma cadeira de leilão, ou seja, terá direito ao assento quem der mais dinheiro.
Em resumo, entende-se que a força do dinheiro é que faz a diferença para manter no poder o inábil e o incompetente, porém, há um custo muito alto para isso: a compra de votos. A inércia e a irresponsabilidade encarecem o pleito, e para consolar o povo carente que viveu abandonado durante os quatros anos, bate-se de frente com a Lei e doa-se ilegalmente tijolos, cimento, telhas, portões, pisos de cerâmicas, vasos sanitários, pneus de carros, e o dinheiro vivo. Ao final do pleito, o péssimo político gastou entre trezentos a um milhão de reais para se manter no poder.
E o resultado: mais quatro anos de sofrimento para o povo. Por isso é raro alguém acompanhar notícias em jornais e dizer que viu um vereador com a mão na massa ao lado do povo. E mais raro ainda é ver algum vereador envolvido em debates sobre descasos cotidianos na cidade. No entanto, tudo é camuflado por selfie, onde a cara do político é mais importante do que ruas depauperadas, sem água, e lamas que assolam os povoados em poucos minutos de chuva.