A construção do aeroporto de Maragogi será um divisor de águas para região norte de Alagoas; de grande porte, a construção terá impactos ambientais, considerando que a área próxima ao local é composta por morros cercados de manguezais, cachoeiras e vegetação. Tais impactos, no entanto, já foram delimitados pelos órgãos responsáveis.
O que chamou atenção do Ministério Público, representado em Maragogi pela promotora de justiça doutora Francisca Paula, foram as futuras instalações da rede elétrica de transmissão. A promotora reuniu-se com engenheiros da Equatorial Energia para saber por onde passarão os cabos elétricos nas imediações do futuro aeroporto.
Junto de fiscais ambientais do município, engenheiros da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Setrand) e membros do Ministério Público, a promotora foi até o local da obra, onde pôde ver os antigos cabos de energia elétrica que levam energia para a Zona Rural do município. Eles serão descartados futuramente e uma nova linha de transmissão será montada para atender a demanda.
Na primeira parada em frente a obra do aeroporto, o engenheiro da Equatorial, Felipe Paiva, explicou para a promotora que uma linha de transmissão que cruza a obra, removida em breve, é a única que atende Maragogi, Porto de Pedras, Jundiá e Campestre. “A pista do aeroporto possuirá 2.200 metros e está no sentido oeste-leste, e a linha de transmissão está cruzando a área. Quando foi demandada a relocação da linha existente, existiam algumas alternativas, que seria puxar a linha em sentido oeste, adentrando no continente, ou leste, indo para a direção do oceano. É por isso a importância da visita ao local, pois se a transmissão for mais para o lado oeste, mais o relevo fica alto, e poderá acontecer aquilo que aconteceu com a aeronave da cantora Marília Mendonça.” disse o engenheiro, citando o caso como exemplo.
Mais à frente, em uma parte mais alta, Felipe Paiva explicou a todos a respeito da grande obra e a decisão da empresa em atender a demanda sem que a nova transmissão venha a prejudicar nenhuma aeronave. No assentamento Aquidabam, ele mostrou o poste que será o ponto de derivação com direção ao litoral, que ficará por trás do muro do aeroporto. Dentro da contextualização, o engenheiro garantiu a preocupação da empresa em refazer sua nova linha de transmissão, eliminando qualquer risco para as aeronaves do futuro aeroporto de Maragogi.
Felipe Paiva ainda explicou que Maragogi cresceu bastante com os investimentos dos últimos anos e que a linha de transmissão elétrica está sobrecarregada, já ultrapassou o seu limite. A solução será o investimento nessa nova linha independente do aeroporto. Ainda de acordo com o engenheiro, as frequentes quedas de energia se devem à sobrecarga.
A promotora enfatizou que a reunião foi para tirar dúvidas e prevenir a empresa responsável pela transmissão elétrica, para que nenhum cabo de energia atrapalhe as aeronaves. “Tivemos um exemplo há pouco tempo, quando uma aeronave se chocou com fios elétricos e tirou a vida da cantora Marília Mendonça”. A promotora informou que está acompanhando todos os trabalhos e que uma nova reunião será marcada com mais órgãos que estejam envolvidos direta ou indiretamente com a construção do aeroporto de Maragogi.