Na Sessão Ordinária realizada na Câmara Municipal de Maragogi, na noite desta quinta-feira (14), vereadores debateram o caso de abuso sexual descoberto no último sábado (09), envolvendo o senhor P.P.S, de 57 anos, vigilante de uma escola municipal, e a criança J.B.A.T.O, de 08 anos, no Distrito de Peroba. O caso, que chocou a população, está sob investigação das autoridades: ao mesmo tempo, familiares da garota e populares pedem justiça.
Júnior de Barra Grande (MDB) iniciou demonstrando solidariedade para com a mãe da pequena J.B.A.T.O. O vereador agradeceu ao Secretário Municipal de Educação por ter exonerado imediatamente o acusado de abuso sexual e ter afastado das funções os demais profissionais da educação envolvidos no caso.
“Essa situação, eu espero que seja feita justiça o mais rápido possível e que o culpado apareça e pague na justiça”, disse o vereador Júnior, informando que o Secretário Estadual de Segurança Pública, Alfredo Gaspar, está acompanhando o caso. Antes de encerrar suas palavras, Júnior de Barra Grande declarou que a sua preocupação se estende a outros alunos, uma vez que o acusado tinha muito contato com as crianças daquela unidade escolar.
Na sequência, o vereador e advogado Dr. Jailson Carnaúba (PSDB) ponderou que o caso em questão é uma coisa muito séria e que dentro do Código Penal é um dos crimes mais perversos que há: “Tudo tem que ser apurado, mas com muito cuidado, pois quando se trata de estupro de vulnerável é muito difícil de pegar em flagrante; então, é muito mais pela história apresentada pela vítima, que dentro do tribunal tem um poder muito grande de sentenciar o condenado em cima de uma situação dessa. Existem também situações em que não ficou provado o crime que foi imposto aquela pessoa. Eu acho até interessante ligarem para a rádio e dizer que o vereador tem que ir atrás disso, quem tem que ir é a justiça, apurar e condenar na forma da lei”. O Dr. Jailson ainda relembrou de um caso acontecido no estado de São Paulo, em que acabaram com a vida de um casal porque acusaram um rapaz, mas no fim das contas nada se provou. O vereador fez questão de dizer que não estava defendendo ninguém, mas que todos têm direito à defesa de acordo com a Constituição Federal.
Nesta quinta-feira (14), a tia da criança, conhecida por Cleide do Kiko, comerciante no Distrito de Peroba, ligou à rádio local pedindo justiça e apoio dos vereadores. Ela ainda relatou nas redes sociais a sua indignação, citando o nome dos onze vereadores. Em seus pronunciamentos, alguns parlamentares se mostraram insatisfeitos com a colocação da tia da criança.
Alcione Pinto (PP) também debateu sobre o assunto: “É um caso revoltante se for comprovado — e tem tudo pra ser, devido às questões relatadas — mas não somos polícias para garantir nada e tomar atitude como disse na rádio. O que a gente pode fazer como vereador, foi dito pela Cleide do Kiko que falou sobre meu nome e o da irmã Mônica como mulheres. Nós temos feito aqui, sim, Cleide, projetos e criado situações para chamar atenção dos pais, tomar esses cuidados que é o nosso objetivo, também criar leis que protejam mais as mulheres. Esse é o nosso objetivo, mas nós não temos lamentavelmente o gabarito para agir como polícia, então nós queremos, sim, que a justiça seja feita e torcemos por isso como mães, mulheres, que isso aconteça e que estamos aqui pra isso. A procuradoria vai ser implantada, porque já foi aprovada, e dentro desta procuradoria teremos muitos projetos para que isso seja evitado […]”. A vereadora ainda afirmou que torce para que tudo seja apurado o mais rápido possível e que a justiça seja feita. Antes de encerrar, Alcione destacou que a Primeira Dama do município está agindo e que vários profissionais de vários setores estão levando apoio tanto para a mãe como para a criança abusada sexualmente.
O vereador Paulo Nunes (PP) disse ter ficado surpreso com o estupro. “É lamentável, e mais lamentável ainda, e até irresponsável quem cita nomes de pessoas na rádio ou qualquer meio de comunicação cobrando aquilo que nós estamos indignados, tanto quanto qualquer cidadão que minimamente defenda a sociedade. Nós temos o dever e a obrigação de defender, e vamos defender sempre. A gente pede e apela para essas pessoas que ficam nervosas, ouriçadas, que começam a citar nomes de pessoas que não têm nada a ver em rádios, cobrando o que da câmara? A indignação é a mesma, quem tem que investigar é a polícia e quem tem que condenar é a justiça […]”. O vereador também apontou o bom desempenho da esposa do acusado à frente da escola em Peroba.
A promotora de Maragogi, Drª. Francisca Paula, que acompanha o caso, informou à nossa reportagem que o delegado Antônio Nunes já ouviu a mãe da criança e que na sequência ouvirá a filha do acusado, que também faz parte do inquérito. Depois das oitivas, e com a conclusão do Inquérito policial, se o acusado continuar em fuga, ela entrará com o pedido de mandado de prisão. A promotora ainda reforçou que o Delegado de Polícia está agindo dentro dos prazos legais.
O Secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, informou à nossa reportagem que está acompanhando o caso e que já pediu celeridade. Alfredo Gaspar também informou que entrou em contato com a senhora Norma, mãe da criança abusada.
