TEXTO: PROFESSOR ANDERSON PEACE
Há muitos anos, nossos ancestrais embalados pela fé cristã dos colonizadores construíram uma igreja para homenagear a Virgem da Guia. Barra Grande era um porto natural, lugar onde grandes embarcações lançavam suas âncoras. A croa de Barra Grande a qual insistem em chamar de “Caminho de Moisés” foi o lugar onde muitos utilizaram para adentrar e para sair da costa brasileira.
Hoje, dia 30 de janeiro de 2021, último sábado de janeiro, tradicionalmente a vila Barra Grande comemora os festejos de Nossa Senhora da Guia. É uma data memorável. Emocionados, os devotos soltam fogos, cantam o hino da padroeira, festejam com os amigos e familiares. Não imaginaríamos que a pandemia que começou no início de 2020 se arrastaria por 2021 (ninguém sabe quando isso vai acabar!) e nos forçaria a vivenciar a Festa da Guia de forma tímida, distantes, sem a calorosa energia. Ficará na memória esta festa atípica.
A fé ainda é contagiante. As lágrimas são de saudades do calor festivo. O abraço amigo está escasso por motivos já conhecidos. Que possamos atravessar esse Mar Vermelho de escombros de dor e sofrimento. Que a esperança da vacina possa alcançar nossos lares. Que em 2022 possamos aproveitar sem moderação os sentimentos de fé e solidariedade. Que Nossa Senhora da Guia seja sempre nossa Guia diante dos perigos que afligem nossas almas e machucam nossos corações. 2021 ficará marcado na memória, pois é um desafio observar à distância Nossa Senhora passeando pelas ruas barragrandenses, caminhando entre nós… Meu abraço fraterno aos irmãos que comungam da mesma saudade. Nossa Senhora da Guia, rogai por nós!